Esse é o último post sobre a viagem que fizemos em família em pleno verão canadense. Vancouver foi a última etapa de uma viagem incrível no Canadá que começou em Calgary e passou por uma road trip pelas montanhas rochosas a bordo de um motorhome.
Planejando a viagem de motorhome
Como é viajar de motorhome pelas montanhas rochosas no Canadá
1ª parte da viagem: roteiro de 1 dia em Calgary
2ª parte da viagem: roteiro de 7 dias pelas Montanhas Rochosas
3ª parte da viagem: roteiro de 5 dias em Vancouver (você está lendo este)
Acho que 5 dias em Vancouver foi suficiente e poderia ter sido até menos, já que o nosso dinheiro já estava no osso e todos nós estavámos muito cansados. Alguns passeios que tínhamos um certo interesse ficaram de fora, como vôo de hidroavião, passeio de barco para avistar as baleias, bate e volta para a ilha de Vitória e até um dia em Seatlle (que fica a 230 km de Vancouver, em Washington, nos EUA. Dá para ir de carro ou de trem). Ainda que esses passeios tenham ficado de fora, batemos muita perna por Vancouver e deu para aproveitar bastante.
Leia os posts anteriores sobre a viagem para o Canadá:
– Planejando a viagem de motorhome
– Como é viajar de motorhome pelas montanhas rochosas no Canadá
– 1a parte da viagem: 1 dia em Calgary
– 7 dias nas Montanhas rochosas no Canadá: roteiro detalhado
Roteiro em Vancouver
Depois de devolver o motorhome na sede da CanaDream, em Calgary, fomos de táxi até o aeroporto para pegar o vôo para Vancouver, com menos de 2 horas de duração. Fomos de Air Canadá e fiquei bem satisfeita com a cia aérea. No aeroporto em Vancouver fomos direto para um quiosque de informações turísticas e fomos recebidos muito bem! Nos deram um mapa da cidade e nos explicaram que a cidade é dividida por zonas. Para pegar um táxi, paga-se uma taxa fixa de acordo com a zona que você vai. Nós pagamos CAD 30 (CAD = dólar canadense) para chegar até o nosso hotel. Os nossos dólares canadenses tinham acabado e tínhamos levado também alguns dólares americanos para a viagem. Trocamos dentro do aeroporto mesmo.
Atenção: não existe Uber em Vancouver (apenas Uber Eats). Em um bate papo rápido com um taxista, ele nos contou que foi e continua sendo uma briga forte para não deixarem a Uber atuar na cidade. Dei uma pesquisada e de fato existe uma proibição até setembro de 2019 de empresas de carona, como a Uber, de servir a população. Porém, também li notícias de tentativas de acordos para o app passar a atender na cidade.
Usamos táxi somente para o trajeto do aeroporto – hotel. No restante dos dias, o transporte público foi muito eficiente – tanto o ônibus quanto o Skytrain (metrô que percorre trilhas elevadas na maior parte do percurso – será que Levy Fidelix se inspirou nele quando pensou no aerotrem? Rsrs).
Localização – o bairro de Gastown
Pesquisei bastante antes de decidir a localização do hotel e optamos por nos hospedar em Gastown, bairro mais antigo da cidade e que fica na região central de Vancouver. Gastown tem uma história cheia de personalidade e charme. Foi promovido a Patrimônio Histórico Nacional em 2009.
Um dos destaques do bairro é a estátua de Gassy Jack, fundador do primeiro pub do centro de Vancouver e onde todo o bairro começou. Gastown é um bairro cheio de pubs e restaurantes, lojas e construções antigas com uma arquitetura vitoriana (sério, lembrei muito de Londres lá).
Um bairro muito democrático, com todo tipo de comércio e pessoas! Um lugar onde lojas pomposas dividem a calçada com brechós; turistas, locais, artistas e moradores de rua fazem parte da mesma pintura. Foi a melhor decisão nos hospedar em Gastwon. Tudo isso sem contar com a facilidade: à noite bastava caminhar poucos quarteirões para chegar na rua Water Street e escolher o restaurante para jantarmos. É aquele bairro gostoso, cheio de vida, bom de se explorar à pé, tando de dia quanto à noite.
Os becos de serviços em Gastown com o Lookout Tower ao fundo. Foto: arquivo pessoal
É na Water Street também que fica o Steam Clock, relógio a vapor (na esquina com a rua Cambie) que apita a cada 15 minutos. Nada de muuuito especial, mas saibam que existem pouquíssimos relógios à vapor no mundo.
Ali pertinho fica o Lookout Tower Vancouver, uma torre que oferece uma vista panorâmica da cidade a 168 metros de altura. Não subimos porque já tínhamos ido ao Calgary Tower na primeira parte da viagem.
Em Vancouver ficamos hospedados no Victorian Hotel, charmosíssimo, instalado em um prédio com mais de 100 anos de construção. Ele não só tem ares de hotel retrô: ele É retrô! (rs). O quarto é bem espaçoso e muito confortável. Atenção na hora de reservar, pois alguns quartos deste hotel não têm banheiro e, neste caso, é necessário usar os banheiros compartilhados (que entrei e achei super limpos).
Para quem ficar em Gastown, dicas de restaurantes que fomos: The Old Spaghetti Factory, que apresentou o melhor custo benefício (jantamos lá por duas noites).
1º dia – Stanley Park, Aquário e Second Beach
Em todos os lugares que você pesquisar sobre atrações em Vancouver, é fato que Stanley Park estará como sugestão. Pudera, é o primeiro parque da cidade e maior de Vancouver. Para chegar, pegamos apenas 1 ônibus partindo de downtown (CAD 2,95 adulto e CAD 1,90 criança). Focamos nosso passeio em duas atrações que ficam dentro do parque: o Aquário de Vancouver e a praia Second Beach.
O aquário vale muito a visita, as crianças adoraram! Tinha até treinamento aberto de golfinhos e leões marinhos. Na área interna, os tanques com caravelas e águas vivas são tão lindos que impressionam! Lá dentro tem um área kids para as crianças brincarem de biólogos e cuidarem dos animais marinhos de pelúcia!
Saindo do aquário, seguimos o passeio a pé até a praia Second Beach, ali mesmo dentro do Stanley Park. A praia em si não tinha nada demais e não era nada atraente. Mas foi um passeio legal porque tinha playground e uma piscina pública (Second Beach Pool) que, apesar de ser pública, cobra uma taxa de CAD 6,10 adultos e CAD 3,07 crianças). Com o calorzinho que estava fazendo, óbvio que as crianças quiseram entrar (estávamos preparados e levamos roupas de banho e toalha).
À noite, jantar no The Old Spaquetti, na Water St., em Gastown.
2º dia – Granville Island
O Granville Island é uma península que dá para chegar de carro/ ônibus pela ponte ou então pegar um AcquaBus e atravessar o False Creek (tem esse nome “Rio falso” porque apesar de parecer um rio, é o mar).
É o tipo de passeio que dá para fazer no dia inteiro: todo descolado, possui, além do Public Market (tipo o nosso Mercadão, com barracas de comidas, frutas etc), muitos restaurantes (de peixes nhammm), lojas de artesanato local, galerias de arte, parquinho e uma cervejaria.
Também conhecemos o Kids Market, uma espécie de galeria com algumas lojas e brinquedos eletrônicos. Sinceramente não achei nada demais…apenas um lugar extremamente barulhento. O preço das roupas e brinquedos não eram convidativos.
Almoçamos no Edible Canada Bistro, um restaurante que já havia lido algumas boas indicações na internet e foi super aprovado por nós! Como chegamos de ônibus, o nosso retorno foi de barquinho para mudar a rota.
Depois decidimos voltar para o hotel à pé mesmo para conhecer a região. Google Maps e uma internet ilimitada é essencial para esse tipo de orientação.
À noite, jantar no Pourhouse Restaurant, na Water Street. Quem acompanha o perfil do Todas as Mães no Instagram viu a história do meu prato que pedi neste restaurante, que foi bem engraçado! Moooorta de fome, pedi um “cauliflower steak”, crente que viria uma carne (o “steak”) com couve flor (cauliflower). Um prato com bastante SUSTÂNCIA e uma verdura pra equilibrar o prato. Qual não foi a minha surpresa quando chegou um couve flor – e apenas um couve flor – assado? O cauliflower steak significa “bife de couve flor” e não “bife COM couve flor”, como eu supus. Por pouco, muito pouco mesmo, não chamo o garçom e pago o micão de perguntar “hey man, where is the meet?” Depois descobri que cauliflower steak é um prato super conhecido (que esqueceram de me avisar). Basta ver a #cauliflowersteak. No final das contas, o bife de couve flor estava uma delícia e super saciou a minha fome!
3º dia – Capilano Suspension Bridge
Não tem como ir a Vancouver e não visitar a Capilano Suspension Bridge! Trata-se de uma ponte suspensa que atravessa o rio Capilano. Depois da ponte também tem outra parte do passeio formada por passarelas penduradas acima da floresta e outra passarela cravada no precipício.
Achei que a essa altura do campeonato, depois de passar por 2 plataformas com piso de vidro (a primeira no Calgary Tower e a segunda no Skywalk Glacier na Icefields Parkway), eu não teria medo de uma “simples ponte”. Vou te falar que deu vontade de desistir assim que pisei nessa ponte suspensa que fica a 70 m acima do rio e tem 140 m de comprimento. O medo ficou por conta dos adultos mesmo, porque as crianças não esboçaram receio em momento algum.
Me senti no filme Indiana Jones e o Templo da Perdição (cena inesquecível da ponte). Havia muita gente (mesmo com o controle da quantidade de pessoas que passa por ela) e balançava horrores. A cada pessoa que parava no meio da ponte pra tirar foto ou a cada criança (inclusive as minhas) que davam pequenos pulos, eu suava frio. Mas valeu o passeio!
Para chegar no parque, pegamos um shuttle na esquina com a rua Homer com a Robson, em downtown. O lugar é lindo e totalmente cercado pela natureza. Tem restaurante, banheiros e lojinha. Logo na entrada, pegue o mapa/ passaporte do parque. Em cada atração há uma espécie de máquina que carimba o seu mapa, provando que você esteve ali. São 6 lugares para passar. Claro que fiz questão de carimbar a minha passagem pela Capilano Suspension Bridge, né?
4º dia – Gastown
No nosso quarto dia, confesso que foi bem pacato (só lembrando para quem não leu todos os posts: viemos de uma viagem de 2 dias em Calgary + 7 dias em um motorhome pelas montanhas rochosas). As crianças não aguentavam mais sair para passear… Nosso ritmo estava bem lento, quase parando (rs)… Tiramos esse dia para explorar o bairro de Gastown, onde estávamos, a pé.
Almoçamos no Steamworks Brew Pub, na Water St, bem ao lado da Waterfront Station, que é o principal terminal de trânsito de Vancouver. É de lá que saem SkyTrain, Canada Line (ligando o Aeroporto YVR a Vancouver e Richmond) e o SeaBus (balsa de passageiros para North Vancouver).
Voltamos para o hotel para descansar e arrumar as malas. A ideia de hoje era não se cansar muito, já que no dia seguinte seria bem punk! Isso porque o check out do hotel era às 11h da manhã, mas o nosso vôo seria somente às 21h (tendo que chegar no aeroporto pelo menos às 18h).
5º dia – Queen Elizabeth Park
Último dia de Vancouver. Check out do hotel às 11h. Tomamos um café da manhã, entregamos o quarto, deixamos as malas na recepção do hotel e fomos bater perna por Vancouver. Nosso vôo era somente às 21h.
Para reforçar o café, uma passada no Tim Hortons, um fast food de cafés, donuts e bolinhos. É fácil achar, tem praticamente um em cada esquina.
Seguimos a pé por Downtown (eu não falei que batemos perna pra caramba?) e então me deparo com um beco topo pintado de rosa. cheia de grafismos modernos. Parei pra tirar foto, lógico! E foi então que descobri que se tratava do “Pink Alley” (beco rosa), praticamente uma atração turística da cidade (descobertas que a gente faz só caminhando mesmo). A ideia desta intervenção urbana é de o local deixar de ser apenas um beco para serviços de lixeiras e veículos e se transformar em um espaço de convivência. Nem preciso dizer que deu super certo, né? Procure no Instagram a #pinkalley e verá!
Depois pegamos um ônibus com destino a Queen Elizabeth Park, um dos mais lindos da cidade. O parque fica no ponto mais alto de Vancouver, a 152 metros acima do nível do mar, oferecendo uma vista espetacular. No dia que fomos estava nublado, mas ainda assim a paisagem impressionou. A fonte de águas dançantes, logo ao lado do Conservatório, agradou as crianças, que passaram um bom tempo correndo em sua volta tentando sincronizar suas passadas com os jatos de água 😉
Não entramos no Conservatório (uma atração paga), mas nos deslumbramos com os jardins do parque. Plantas e flores milimetricamente posicionadas, formando um conjunto tão lindo e harmonioso, que ficou difícil não tirar dezenas de fotos ali. O principal jardim é o Quarry Garden, construído em uma antiga pedreira.
Voltando para Gastown, o estádio BC Place, casa do time de futebol Whitecaps FC, estava no nosso caminho e resolvemos dar uma paradinha. Coincidentemente iria começar uma partida de futebol, mas para a gente não dava. Pasmem no valor do bilhetes: 60 dólares por pessoa para ver New York Redbull x Whitecaps.
Para finalmente encerrar a viagem, terminamos o nosso passeio em um pub em frente ao estádio comendo um dos pratos mais famosos de Vancouver: o poutine, que leva batata frita, queijo e molho. Não tem como ir a Vancouver e não experimentar um poutine!
Já era fim de tarde e o dia havia sido muito proveitoso! Voltamos para o hotel, pegamos nossas malas e seguimos até o aeroporto para embarcar de volta para casa. E como em qualquer viagem, trouxemos de volta no coração e na memória as melhores lembranças e recordações de férias em família!
Não deixem de ler os outros posts dessa aventura no Canadá com crianças!
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