Resenha de livro: Aquela idade em que tudo se quer saber

Categoria: Comportamento

As crianças na sua casa já entraram na fase das mil perguntas e dos porquês? Por aqui o meu filho mais velho, de 4 anos, já me fez algumas perguntas que me pegaram de surpresa e me deixaram sem respostas. A última foi: “Por que a vovó e o vovô não moram juntos?” (eles são separados). Não era uma pergunta cabeluda, mas eu também não queria dar uma resposta muito elaborada – lembrando que depois de uma explicação sempre vem outra pergunta: “Isso é se separar? Você também vai se separar do papai?”… e por aí vai até sabe-se lá quando!

Para ajudar os pais e cuidadores nessa missão de saciar a sede nata de curiosidade dos pequenos, o autor Celso Antunes, mestre em ciências humanas, escreveu o livro “Aquela idade em que tudo se quer saber”, publicado pela Paulus Editora. Recebi uma edição em casa e já devorei. É aquele tipo de livro com leitura fácil e agradável.

Aquela-Idade-Capa

O educador Celso Antunes sugere neste livro 70 respostas corretas e educativas para as perguntas inusitadas que as crianças de até cinco ou seis anos habitualmente fazem aos adultos. Quer alguns exemplos?

– O que é pensar?

– Como a gente nasce?

– Como é Deus?

– Por que tem criança que mora na rua?

Mas antes das perguntas, vem a primeira parte do livro que eu achei muito interessante. O autor apresenta um breve resumo de como a criação e educação das crianças evoluíram ao longo dos séculos. Em seguida, Celso Antunes nos orienta sobre a maneira certa de falar e estimular pensamentos em uma criança. A conversa entre pais e filhos, mesmo desde pequenos, é considerada essencial para a cognição, sentimentos e emoções, como mostra o trecho a seguir:

É quando cabe ao adulto com quem ela conversa a arte de propor desafios, fazer interrogações, causar desequilíbrios lógicos que forcem a criança a restabelecer o equilíbrio da argumentação. E isso se faz transformando indagações da criança em oportunidades de pesquisas, em busca de solução e ampliação vocabular”.

Essa parte, em especial, me tocou muito porque às vezes percebo que fico no automático quando meu filho me pergunta algo. Antes de nos desesperar com uma pergunta que nos deixou sem resposta, o autor afirma que é importante, antes de responder, indagar o que ela acredita ser a resposta correta. “O que você acha, meu bem? Por quê? Onde você ouviu isso, querido?”. Com certeza são exercícios que, além de estimular as ideias e pensamentos das crianças, melhoram a comunicação entre pais e filhos, pois se estabelece um diálogo. Vejam o que diz outro trecho do livro sobre a conversa entre pais e filhos:

livro celso antunes

Perdas de parentes e entes queridos também é abordado neste livro. Passamos por uma situação dessas na família há alguns meses, quando a bisavó das crianças faleceu. O autor afirma que toda criança deve ser informada de mortes significativas, sempre com a preocupação de relatar os fatos com o maior controle emocional possível, como mostra o trecho:

Ao receber uma notícia triste, a criança sente que é respeitada, percebe a sinceridade no adulto que a acolhe e descobre que faz parte de seus direitos o de também se sentir triste e, efetivamente, ocupar um lugar na família

Na segunda parte do livro, entram as perguntas que as crianças fazem e nos deixam sem reação (rs). O autor sugere respostas claras, sempre com muita doçura, e sem se esquecer de fazer um convite ao pensar à criança.

Achei o livro “Aquela idade em que tudo se quer saber” muito rico em ideias e informações! Sem dúvida, vale à pena a leitura e como fonte de consulta!

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